Novos Tempos

Olá, meu nome é Alexandre Roxo, CEO da RV Gestão. Gostaria de compartilhar com você um pouco da minha experiência na gestão de empreendimentos comerciais. Espero que a leitura abaixo seja importante para te auxiliar na gestão do seu patrimônio.

Tempos difíceis, como os que vivemos atualmente, devem ser vistos pelo prisma do otimismo e da solução. Economia em desarranjo, alta da vacância dos empreendimentos e necessidade premente de reter aumento de custos se tornaram um mantra no último ano, em especial. Ao mesmo tempo, é hora de colocar a estratégia em primeiro lugar. Repensar processos, buscar tecnologias e até mesmo soluções de arquitetura como vou mostrar mais adiante.

O lado triste de uma crise econômica é o desemprego: mesmo tentando ao máximo preservar os postos de trabalho dos empreendimentos RV, foi necessário fazer uma revolução interna. E nessas horas você percebe que consegue fazer MAIS COM MENOS. Um dos exemplos clássicos vividos no CEMHS foi a unificação de lideranças/supervisões: no caso da limpeza, portaria e recepções quatro chefes de equipe se transformaram em dois. O serviço de limpeza que antes tinha liberação própria foi conectado aos serviços de recepção e portaria. As lideranças que permaneceram foram treinadas para exercer as novas atividades e chamadas à responsabilidade de se desdobrarem um pouco mais nas suas funções que se tornariam mais múltiplas ainda. O momento pede o sacrifício de todos.

Nosso estacionamento foi o que sofreu as maiores baixas. Tratado como um negócio que precisa dar resultados para o condomínio, sua equipe precisou acompanhar a queda de movimento da operação. Triste, mas necessário o corte de quase 60% da equipe. Com muita dedicação de todos, conseguimos manter um nível de resultados importante, mesmo que abaixo do desejado após a perda de um cliente que somava mais de R$120 mil/mês de faturamento bruto em um único boleto. Um corte aqui, outro ali, um fazendo o trabalho de dois ainda precisávamos de mais ajustes. Aí surge a arquitetura como solução para uma questão importante: tínhamos todo um turno noturno de porteiros que atendiam a uma média de 1,3 pessoas/dia, ou seja, pagávamos a um grupo de 8 colaboradores que se revezavam em turnos de 12h/36h para que, nos seus postos de trabalho atendessem a pouco mais de um cliente por dia porque ali trabalhavam ao longo da madrugada. Tudo muito pouco produtivo e eficaz. Como a disposição física dos subsolos nos permitia, buscamos no mercado soluções de acesso do tipo "torniquete" que não permite o acesso sem liberação eletrônica. Aproveitamos para modernizar todo o nosso sistema de acesso que já tinha quase 10 anos de uso, mantendo o CEMHS dentro do padrão de modernidade exigido pelos seus usuários.

Além da solução arquitetônica, outra equação precisava ser fechada para a implantação do novo sistema: a financeira. Aí entrou o operador financeiro do empreendimento. No caso do CEMHS esse operador era um dos empreendedores do local. E numa operação especial, conseguimos uma linha de financiamento do BNDES chamada FINAME com juros mínimos que, após pago o investimento em instalações, darão retorno positivo ao Condomínio já que a economia gerada com todo um turno de porteiros, pagará os equipamentos com sobras.

Navegar em mares calmos te deixa acomodado e de certa forma cego para soluções que sempre aparecem em horas de turbulência. Sim, é possível fazer MAIS COM MENOS e fazer bem. A hora é de sacrifício, mas principalmente de CRIATIVIDADE.

Alexandre Roxo